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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Com café da manhã aos funcionários do Planejamento, docentes exigem negociação


Os professores, técnicos-administrativos e estudantes das Instituições Federais de Ensino (IFE) iniciaram a semana com um café da manhã em frente ao Ministério do Planejamento para reivindicar a abertura imediata e efetiva de negociação em torno da pauta de reivindicações dos docentes em greve. A atividade foi organizada pelos Comandos Nacionais de Greve do ANDES-SN e do Sinasefe, com o apoio dos CNG da Fasubra e dos estudantes. 


Desde às 7h desta segunda-feira (2), quem chegou para trabalhar no Planejamento foi surpreendido com o ato, que contou com a participação de mais de 200 pessoas. Frutas, sucos, café, e pães foram distribuídos aos funcionários do prédio junto com uma rosquinha que acompanhava a carta dirigida ao secretário de Relações do Trabalho (SRT/MP), Sérgio Mendonça, cobrando a proposta do governo e o agendamento da data em que ela será apresentada.Veja aqui a carta



“Queremos a abertura de negociação efetiva, ainda esta semana, com apresentação de proposta do governo para a reestruturação da nossa carreira. A categoria está extremamente indignada com a falta de resposta e de compromisso do governo tanto com os docentes quanto com a sociedade, diante desta greve forte, que já passa de 45 dias e engloba mais de 90 IFE.”, disse Marinalva Oliveira, presidente do ANDES-SN.


A atividade, realizada em clima alegre e descontraído, foi considerada um sucesso pelos organizadores. “Os funcionários do Planejamento nos receberam de forma muito positiva. Entregamos a carta à coordenadora de negociação e relações sindicais do Planejamneto, Edina Lima, que se comprometeu em repassá-la ao Sérgio Mendonça. Se não obtivermos retorno até o fim do dia, amanhã ligaremos cobrando uma resposta. Exigimos que Dilma atenda às nossas reivindicações”, comentou a professora Celi Taffarel, da Associação de Professores da Universidade Federal da Bahia (Apub) e representante do CNG do ANDES-SN.



Marinalva Oliveira ressaltou que nesta segunda-feira, 2, venceu mais uma data apontada pelo próprio Mendonça, na única reunião realizada com os docentes (12/6) desde o início da greve, em 17 de maio, para apresentação da proposta do governo e conclusão das negociações sobre a reestruturação da carreira docente. 

“Na ocasião, o governo chegou a pedir uma trégua aos grevistas, dizendo que em 20 dias apresentaria uma proposta e chegaríamos ao término das negociações. Hoje, mais uma vez comprovam que não é capaz de cumprir os prazos que eles mesmos estabelecem, mostrando também a indisponibilidade em negociar com os professores para superarmos o impasse e encerrarmos a greve”, ressaltou.


A presidente do ANDES-SN lembrou ainda que os docentes sempre estiveram prontos a negociar a proposta apresentada e protocolada junto aos ministérios do Planejamento e da Educação no início de 2011. “Os prejuízos dessa greve devem ser creditados ao governo, que não tem mais credibilidade junto à categoria e demonstra total desrespeito à sociedade e aos trabalhadores”, completou.


Chamado à presidente Dilma

O Comando Nacional de Greve do ANDES-SN está preparando uma carta endereçada à presidente Dilma Rousseff. Na análise de conjuntura divulgada pelo CNG neste domingo (1/7), os professores em greve concluem que “o fato do governo Dilma não ter apresentado proposta de carreira para negociação com os docentes até a presente data deixa evidente uma política que não alterou seus rumos de tratar com austeridade os trabalhadores e os serviços públicos, nos marcos da reforma de Estado iniciada nos governos Collor e Itamar, e continuada nos governos FHC, Lula e Dilma.”



“O governo Dilma está comprometido com o arrocho salarial e o corte de gastos sociais, e embora não se mostre disposto a atender as reivindicações dos servidores públicos por carreira, reajuste salarial e melhores condições de trabalho, atende, sim, os setores ligados ao capital, seja por meio de subsídios, financiamento público e isenções fiscais, seja gastando mais de 45% do orçamento da União com o pagamento de juros e amortizações do sistema rentista da dívida pública”, segue o texto.



No documento, ressaltam também que a expansão do sistema federal de educação no Brasil expandiu-se em bases orçamentárias insuficientes e sem autonomia, aprofundando o processo de precarização das condições de trabalho nas IFE, materializado na falta de docentes e técnico-administrativos, na saturação ou mesmo na inexistência de infraestrutura adequada para o ensino, a pesquisa e a extensão, bem como na intensificação crescente do trabalho dos docentes, técnico-administrativos e trabalhadores terceirizados. 


Além disso, apontam que “a queda do financiamento per capita e a insuficiência de recursos para a assistência estudantil se expressam na degradação das condições objetivas para a permanência dos estudantes nas instituições e a conclusão exitosa em seus cursos.”

Intensificação das mobilizações

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